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O MISTÉRIO DO FIM DE ANO

  • Foto do escritor: Ingrid Moraes
    Ingrid Moraes
  • 31 de dez. de 2016
  • 1 min de leitura

Uma das épocas que mais me fazem refletir são as festas do fim de ano e a “magia” que paira sobre as pessoas nessa época.

Os shoppings ficam lotados, as lojas tem os maiores lucros, são revelados sentimentos em discursos encobertos de presentes de amigo-oculto. As pessoas compram roupas novas para usar no réveillon, de calcinha a sapato, de blusa branca a baby doll vermelho.

Quando chega o momento da virada, elas fazem contagem regressiva com as mãos para o alto em suas taças caras de champanhe empoeirado que guardaram o ano inteiro para esse momento especial.

E depois de beber algumas taças, começam as conversas onde se vangloriam pelas vitórias e se entristecem pelas perdas. Começam os discursos esperançosos sobre um mundo melhor no próximo ano, sobre o início de um novo ciclo que não fazem ideia de como começar, porque nunca começa no dia primeiro, na segunda-feira e muito menos no Réveillon.

Não entenda mal minha crítica, caro leitor, mas seria bonito se não fosse trágico. Seria incrível se à meia-noite surgisse uma luz mágica e restaurasse todo o life de cada um. Seria maravilhoso se estivéssemos no clipe de Firework e evoluíssemos nessa noite. Mas, não. Réveillon não é o topo da montanha, não é linha de chegada, não é a virada que você espera.

Tudo isso é um grande mistério. Criar um ambiente tão festivamente deprimente, tão acolhedoramente desconfortável, tão falsamente realista em que todos esperam contentes que em dez segundos suas vidas mudem o que não mudou em dez anos.


 
 
 

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