AO EXTREMO
- Ingrid Moraes
- 7 de jan. de 2017
- 1 min de leitura
Me desça, não me deixe aqui com essa coroa reluzente.
Me questione, me tire do meu trono de lata. Me recuso a estar certa.
Coloque o dedo na minha cara e diga “Ei, você não sabe de nada”. Porque eu realmente não sei. Não concorde comigo, nem mesmo eu concordo.
Me leve para um lugar novo, onde eu possa gritar bem alto e me ouvir ecoar por todos os lados.
Me ensurdecer com minhas contradições. Tire esse sorriso estampado da minha cara e olhe o que tem por trás dele.
Arranque de mim todas as esperanças. Me sacuda para que todas essas ilusões se quebrem.
Me deixe sem palavras, sem respostas. Me deixe afogar no meu medo.
Me sufocar em minha ansiedade. Me queimar no meu orgulho. Quero estar ao extremo. Perder o controle, cair aos pedaços, apertar o botão vermelho.
Chegar aos meus limites. Para que eu entenda que sou a única capaz de me salvar.
Mais ninguém.
Comments