CHAMADA DE EMERGÊNCIA
- Ingrid Moraes
- 14 de jan. de 2017
- 1 min de leitura
Estou te ligando para dizer que estou saindo da fila de espera, não suporto mais contar quantos faltam para chegar a minha vez. Estou te ligando para dizer que não preciso mais da autorização carimbada do Sr. Destino, estou cansada da burocracia para tomar minhas próprias decisões. Só liguei para informar que não vou aguardar o sistema, não precisa nem protocolar essa ligação.
Só liguei pra te dizer que me atrasei, de fato, sei que já é tarde, sei que deveria ter ligado antes, mas agora entendo que é urgente te viver. Vida, eu não vou tomar juízo e não vou querer um advogado. Não vou andar na linha, não usarei guarda-chuva ou seguro de carro.
Juro solenemente que não farei nada de comum. E assim prometo: roubar sorrisos, matar expectativas e me embebedar de amor-próprio.
Assim reconheço, não farei nada de bom, não aceito menos que o incrível. Desculpa meus erros, desculpa te fazer perder tanto tempo, nos fazer perder tanta oportunidade. O que te causei não tem conserto, o que te fiz não tem volta.
Sei que você pode desligar a qualquer momento, precisei de tempo para aprender.
Só me responde: quanto tempo ainda temos a viver?
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