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VELOCIDADE DA VIA

  • Foto do escritor: Ingrid Moraes
    Ingrid Moraes
  • 17 de jan. de 2017
  • 1 min de leitura

Ando preferindo o silêncio, as músicas baixas, o coração leve. Ando preferindo o lado direito da via.

Mesmo eu que sempre optei pelo extremo. Ando preferindo o desacelerar. Sigo contando até dez, mesmo quando o mundo parece gritar lá fora.

Sigo freando no sinal amarelo, mesmo quando sei que passaria com sobra.

Eu que sempre avancei no vermelho mesmo sem ter pressa. Sigo optando o desacelerar. Vou deixando o café me despertar sem me enlouquecer. Deixando a luz me acordar sem me deixar cega.

Eu que sempre levantei agitada. Vou me deixando desacelerar. Permaneço com o olhar calmo, as mãos baixas, o ritmo constante.

Eu que sempre fui de altos e baixos. Permaneço com o andar plano e desacelerado. Venho silenciando os pensamentos, acalmando os sentimentos, reduzindo as ações.

Eu que sempre funcionei ao máximo. Venho buscando desacelerar. Vou seguindo em frente, olhando as placas no caminho.

Eu que sempre fiz retornos fora da lei. Sigo desacelerando. Mas mesmo em velocidade baixa, mesmo no silêncio, na calma e na linha reta.

Eu não paro. Continuo. Constante. Na linha contínua, sem ultrapassagens, sem impaciência. Desacelerando… Mas não desistindo. Pois não sou covarde. Se é preciso coragem para correr, é preciso de ainda mais para desacelerar.

O pé no freio exige mais força do que no acelerador.


 
 
 

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