ELA
- Ingrid Moraes
- 31 de jul. de 2017
- 1 min de leitura
Ela fecha os olhos para conversar com o vento. É beijada pelo sol. Ela olha as nuvens em câmera lenta. E o mundo se resume ao cantar de um passarinho.
Ela conversa com o espelho toda manhã. Às vezes se dá bronca em voz alta. Ei, menina boba, segura forte a minha mão.
Ela nunca teve um castelo, mas dragões nunca faltaram. Ninguém veio buscá-la, então ela se mandou sozinha.
Ela esconde sua dor em um sorriso. E carrega o mundo inteiro no olhar.
Já disseram muito sobre ela, mas ela parece não se importar. Talvez ela não se importe, talvez ela não quer mais demonstrar.
Vive dizendo que está tudo bem, que tudo vai passar. Para quem diz que não há nada além do chão não sabe quantas vezes ela já desceu pra lá.
Ela buscou no mundo inteiro um lugar feliz, mas não encontrou.
Voltou sozinha e cansada ao velho sofá. E a felicidade, de conchinha, a abraçou.
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